EDGAR MORIN

 

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Edgar Morin nasceu em 08 de julho de 1921. Um intelectual de uma vasta obra que tem como proposta fundamental articular uma reforma do pensamento.

Esse livro Amor Poesia Sabedoria partiu de três conferências dele entre 1990 e 1995, por isso traz uma narrativa mais coloquial e apesar da complexidade dos temas eles são expostos com muita clareza e certa leveza também. Os livros de Morin pra mim não são para serem lidos apenas uma vez, são livros de consultas e de acompanhamento sempre. Eu particularmente não consigo largar um livro de Morin e nunca mais voltar a ele, é uma relação física e eles passam a fazer parte naturalmente de minhas leituras. Acho que não há meio termo ou você se enamora ou não.

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Selecionei alguns trechos que estão dentro de um contexto maior porém correspondem ao pensamento de Morin, expresso nesse livro, mais algumas ilustrações, desenhos, estudos de Ingres, Rodin, Gauguin, Munch, Klimt, Schiele, Giacometti, Louise de Bourgeois e Picasso. Um trailler plástico/literário.

 

angela 630 Ingres

 

O ser humano é um animal insuficiente, não apenas na razão, mas é também dotado de desrazão.

p.7

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Ingres

 

 

Quanto mais estamos aptos à felicidade, mais nos aproximamos da infelicidade.

p.8

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Ingres

 

 

 

… no amor, sabedoria e loucura não apenas são inseparáveis, mas se interpenetram mutuamente.

p.9

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Ingres

 

O amor faz parte da poesia da vida. A poesia faz parte do amor da vida.

p.9

 

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Ingres

Nosso cotidiano vive sempre em busca do sentido. Mas o sentido não é originário, não provém da exterioridade de nossos seres.

p.10

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Ingres

 

 

O amor é algo único, como uma tapeçaria que é tecida com fios extremamente diversos, de origens diferentes.

p.16

 

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Ingres

Tudo aquilo que vem da boca já se torna algo que fala do amor, antes mesmo de qualquer linguagem: a mãe que lambe o filho, o cão que lambe a mão; esses fatos já exprimem o que vai aparecer e desenvolver-se no mundo humano: o beijo.

p.19

 

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Rodin

…o desejo e o amor ultrapassam, transgridem normas, regras e interditos… A selvageria do amor o conduz à clandestinidade e à transgressão.

p.22

 

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Rodin

 

 

O amor, mesmo que decorrente de um desenvolvimento cultural e social, não obedece à ordem social: quando aparece, ignora barreiras, despedaça-se nelas ou simplesmente as rompe.

p.23

 

 

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Guaguin

 

O verdadeiro amor se reconhece naquilo que sobrevive ao coito, enquanto que o desejo sem amor se dissolve na famosa tristeza pós-coital.

p.23

 

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Munch

 

 

O amor implica a regeneração permanente do amor recente.

p.24

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Klimt

 

 

O problema da ligação amorosa é que ela é, freqüentemente, trágica, porque se consolida, também, com freqüência, em detrimento do desejo.

p.25

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Egon Schiele

 

 

Uma ligação longa e constante torna o laço mais íntimo, mas tende a desintegrar a força do desejo que seria mais exógama, voltada para o desconhecido e para o novo.

p.25

 

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Giacometti

 

 

Mas o amor é paradoxal como a vida e, por isso, há amores que duram, do mesmo modo que dura uma vida.

p.25

 

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Louise de Bourgeois

 

 

 

Vive-se de morte, morre-se de vida.

p.25

 

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Rodin

 

 

Esquecemos que essa boca fala, e o que há de muito belo é que as palavras de amor são seguidas de silêncios de amor.

p.26

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Giacometti

 

 

 

 

O amor contém um risco terrível porque não é somente um que se engaja nele. Engaja-se a pessoa amada, engajam-se também os que nos amam sem que nós os amemos, ou os que amam a pessoa amada sem que ela os ame.

p.29

 

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Louise de Bourgeois

 

 

A questão do amor resume-se a essa possessão recíproca: possuir o que nos possui.

p.31

Um pensamento sobre “EDGAR MORIN

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